728x90

header-ad

468x60

header-ad

Santa Rita, sua história, sua gente



CAPITULO I 
A CAPITANIA DA PARAIBA E SANTA RITA 

O estudo do passado não é um guia seguro para predizer o futuro. Porém, ele nos prepara para o futuro, expandindo nossa experiência, fazendo com que possamos aumentar nossas habilidades, nossa energia e se tudo for bem, nossa sabedoria. [...] Mas só sabemos essas coisas sobre o futuro porque estudamos o passado: sem isso não teríamos nem mesmo o conhecimento dessas verdades fundamentais, não saberíamos as palavras para expressá-las, ou até quem, ou onde, ou o que nós somos. Só conhecemos o futuro através do passado nele projetado. Nesse sentido a História é tudo que temos. Jonh Lewis Gaddis 1.1 – O processo de colonização da várzea do Paraíba Assim que foi fundada a Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em 05 de agosto de 1585, pelo português Martím Leitão, o atual Município de Santa Rita teve sua colonização iniciada. Foi justamente, no território santaritense que se verificaram violentos e sangrentos encontros entre potiguares e portugueses, sendo os primeiros auxiliados pelos tabajaras e franceses. O fundador de Filipéia de Nossa Senhora das Neves, grande e notável capitão lusitano, construiu no local denominado "Tibirí", o Forte de São Sebastião, bem como nas imediações o primeiro engenho de açúcar da Paraíba, foi construida a capela de São Sebastião, de modo que somente em 1771, foi oficialmente criada a capela de Santa Rita, onde atualmente encontra-se construída a Matriz Santuário de Santa Rita de Cássia, inaugurada em 6 de dezembro de 1776, que foi o ponto primordial e principal do início da civilização na chamada Várzea do Paraíba, sendo esta a versão histórica tido como verdadeira por renomados historiadores paraibanos ao longo dos séculos. Mas, tal versão, sofre ainda enormes contestações, pois, o atual Município de Santa Rita, teria uma outra origem. Daí porque o inconformado crítico e comunista santaritense David Falcão, chegou a dizer que Santa Rita se originou de algum acampamento de troças ou como ponto de encontro e de partida com destino à Capital da Provincia e da Capital da Provincia em direção ao sertão paraibano e nordestino. Então Santa Rita sempre foi e continua sendo a porta de entrada e de saída da Capital em direção ao interior do referido estado. Também, existem outros contestadores da versão histórica mencionada, dentre os quais estão a professora e poetisa Iracema Feijó da Silveira e e bem assim, Jaime Gonçalves de Lacet, que acordam a mesma ideia de David Falcão, acrescentando ainda, que Santa Rita surgiu de algum acampamento de tropas, na acepção primitiva da palavra enquanto de estacionamento de comboios, de almocreves e de matutos na concepção da palavra, e assim se conclui que a atual cidade de Santa Rita, foi nos tempos do Brasil-Colônia um local de pernoite e/ou de pouso, depois de uma longa caminhada diária dos viajantes com destino a Capital montados a cavalo, burro, etc., e vice versa, aqui sempre foi o ponto de encontro para dormir e partir no dia seguinte para a Capital da Provincia e ou para o interior da Provincia da Paraíba. Por outro lado, o farmacêutico Santa Rita, Sua História, Sua Gente, por Francisco de Paula Melo Aguiar 22 e senhior de Joaquim Gomes da Silveira, de tradicional família santarritense, gente de primeira qualidade, estudioso sobre o assunto, que assumiu função pública relevante em nossa terra, afirmava a mesma opinião, tendo em vista que os viajantes que vinham do interior para a Capital da Província e vice-versa, desde o nativo, o escravo, o explorador, o colonizador e o criador, teriam de pernoitar no referido pouso santarritense, para no dia seguinte tomar o seu destino, e até porque as próprias condições naturais da área, tais como, aqui tem água para beber e tomar banho, atendia assim as necessidades primárias dos viajantes e seus animais, que também se fartavam com capim as margens do rio Samuraguai, assim chamado pelos holandeses em “16.10.1636 – Engenho Espirito Santo.PB – Holandeses no NE (Nordeste). O estratégico engenho situado à margem direita do Rio Samuraguai, defendido pelos holandeses com muito empenho, lhes foi tomado de assalto pela companhia do cap. Francisco Rabelo. Lutando entre os defensores, morreu o conselheiro Ippo Eyssens, governador da PB, membro do Supremo Conselho de Recife”. (DONATO, 1996, p. 283). Por outro lado, ressaltamos o mesmo fato histórico, porém, ocorrido não no Engenho Espirito, localizado na Várzea do Paraíba, referente a resistência antiholandesa, que teve vinte anos de duração, isto é de 1634 a 1654 sob o comando de André Vidal de Negreiros, onde os holandeses jamais conseguiram firmar-se, ex-vi que “[...] Já em 1636, o segundo diretor geral Ippo Eyssens, tido como arbitrário, foi morto numa emboscada, quando assistia a farinhada no engenho Santo Antônio. O principal responsável foi o capitão Francisco Rebello, o Rabellinho. Reagindo, os holandeses procuraram apresentar combate no Tibiri, o que foi evitado pelos lusobrasileiros que preferiram retrair-se e recorrer a ataques rápidos e de surpresa. Era a guerrilha. Por conta desta, os holandeses nunca se sentiram seguros na Paraíba, salvo durante alguma tempo na capital e, mais tarde, no interior da Fortaleza de Santa Catarina”. (MELLO, 2002, p.54). Portanto, o Rio Samuaraguai, Rio São Domingos e Rio Paraíba, é o mesmo rio ruim no dizer dos nativos paraibanos, local da tragédia mencionada acima, porém, existe a divergência da localidade em ambos os historiadores, o primeiro afirma que o local foi o “Engenho Espirito Santo” e o segundo afirma que o local foi o “Engenho Santo Antônio”, ambos são vizinhos, sendo apenas separados pelo leito do rio Paraíba, ainda na atualidade. A várzea do Samuaraguai, São Domingos e ou Paraíba, não importa o nome do rio já referido, durante a invasão holandesa na Paraíba, serviu de palco da repressão holandesa, principalmente depois do assassinato de Ippo Eyssens. Os soldados comandados por Rabelinho eram quase todos mercenários viviam fazendo saque contra Santa Rita, Sua História, Sua Gente, por Francisco de Paula Melo Aguiar 23 a população indefesa. O dominio holandes, representado pela Companhia das Índias Ocidentais, preferiu perseguir seus opositores através da cobrança de uma contribuição majorada e ou impagável, motivo pelo qual foram confiscados e ou tomados de seus proprietários alguns engenhos de cana de açúcar e propriedades rurais durante o referido domínio. E além do mais os holandeses implantaram na Paraíba durante o curto período de tempo que passaram em nosso território a pena de morte e ou a pena capital, de modo que em 1645, Paul Linge e/ou Paulo Vander Linge (, então administrador colonial neerlandês do século XVII, prestador de serviços da Companhia das Índias Ocidentais, foi governador da Capitania da Paraíba de 1645 a 1653, época em que transformou o Convento São Francisco na sede do referido governo, além de melhorar os fortes da capitania, obrigou todos moradores refazer juramento à Coroa Neerladesa, segundo Constâncio (1839). Os conflitos eram permanentes entre holandeses e nativos, pois, somente durante a estada de Elias Herckmans e Gisberth Wirth, entre 1638 e 1644, o referido dominio teve uma relativa paz administrativa e política, época histórica da instalação da administração do Conde Mauricio de Nassau, em Mauricéia e ou Recipe, capital de Pernambuco, que recebeu edificações de pontes, palácios (apelidados de sobrados magros) e jardins. A Paraíba recebeu a visita do conde Nassau em 1637, recebendo dele o brasão de armas para nossa capitania, contendo seis pães de açúcar, a titulo de reconhecimento do “dulcíssimo açúcar” paraibano. O dominio holandês não construiu igrejas em nossa terra, pois, todos eram protestantes calvinistas. Em 1644, o conde Nassau esteve pela segunda e última vez em solo paraibano e desta vez para apenas para despedir-se. Não valeu apenas o dominio holandês na Paraíba, pois, nossa terra não recebeu os mesmos beneficios que recebeu o atual Recife, pois, é tudo ilusão o que passa pelo imaginário popular, pois, jamais foram construídos os túneis fantasiosos, sic, entre João Pessoa e Cabedelo, conforme Mello (2002, p.55). A historicidade da capitania e várzea da Paraíba, se confunde com a história das guerrilhas e derramamento de sangue para defender o nosso solo contra os holandeses, tanto é assim que “[...] As instruções governamentais de 1691, destinadas a acudir Domingos Jorge Velho, e as recomendações de 1698 e 1741 revelam o temor dos possuidores em face da revolta dos despossuidos. Vanguarda destes, os escravos reuniram-se no síticio denominado de Cumbe, nas proximidades do Espírito Santo. Esse quilombo, originário das gerras holandesas, somente seria destruido em 1701”. (MELLO, 2002, p. 57). Na época do inicio da colonização, para se ir para à Capital da Paraíba, tinha que fazer um grande rodeio em volta do vasto alagadiço existente entre Santa Rita e a Vila Operária Tibirí do presente, pois, era justamente daí, que se alcançava a entrada conhecida de Manênma e/ou por Mamoenda, que ligava o então Engenho Real Tibirí a Capital da Província. Daí porque a afamada pousada era uma necessidade indispensável. Foi desse pouso, que era o ponto de encontro e descanso, de pernoite, que ao longo dos anos, surgiram diante das necesidades as primeiras casas de Santa Rita e aos poucos foram se multiplicando, advindo daí um próspero e florescente lugarejo, que finalmente, veio a se tornar na florescante, dinâmica e progressista cidade que é no presente conhecida como "A Rainha dos Canaviais", em razão da plantação de cana de açúçar em seu território e sua principal fonte de riqueza renovável.
« PREV
NEXT »

Facebook Comments APPID