Esta denúncia partiu de servidores da Saúde e de outro setor da prefeitura de Bayeux. Por razões óbvias, preservamos seus nomes e cargos.
A primeira denúncia, afirmava que na residência do cidadão conhecido como Tuíte, colaborador direto da prefeita Luciene Gomes, juntamente com sua esposa e filha, estavam armazenadas muitas cadeiras de rodas pertencentes à prefeitura e destinadas à distribuição na cidade, pela pastora Anunciada, Chefe de Gabinete da prefeita.
Informados do fato, dois vereadores se dirigiram à residência de Tuíte. Antes de lá chegarem, cruzaram com o veículo dele, entulhado de cadeiras de rodas. Seguram-no e chegaram à residência de Giuseppe, ex-secretário de administração e parente da prefeita, onde as cadeiras foram descarregadas.
Ao assistir o vídeo, detectamos um rótulo branco na embalagem das cadeiras. Lá está escrito, visivelmente, os nomes do fornecedor, do comprador e do transportador.
Assim, descobrimos que aquelas cadeiras de rodas foram compradas pela empresa MAIOR CLEAN, de Campina Grande. Pesquisando, comprovamos que a tal empresa é fornecedora da prefeitura de Bayeux.
A Secretaria de Saúde compra MATERIAIS SANEANTES (desinfetantes) para a UPA, Hospital Materno e PSFs.
Verificamos no SAGRES do TCE, e constatamos que em 2022, a MAIOR CLEAN faturou R$ 2.121.000,00, pelo fornecimento dos tais materiais saneantes. Um servidor do Hospital Materno ficou escandalizado com os valores, afirmando que se tratava de um verdadeiro absurdo.
No decorrer da investigação, surgiram informações de que o servidor que atesta as Notas Fiscais, o Sr Arlindo (Chefe de Compras da Secretaria de Saúde), estaria envolvido e teria envolvido outra servidora, com quem mantém relacionamento. Há informações de gastos com presentes e até a compra de carros para ambos. Tentamos falar com o Sr Arlindo e com a servidora, mas eles se recusaram a prestar qualquer esclarecimento.
A outra parte da denúncia é que a empresa MAIOR CLEAN, além de comprar as cadeiras de rodas e entregá-las à Pastora Anunciada (Chefe de Gabinete da Prefeita), também teria feito um repasse de cerca de R$ 300 mil em espécie para os operadores de Fofinho (marido da prefeita).
Finalmente, chega-se ao entendimento de que a empresa colocou as valores gastos com as cadeiras de rodas e com as propinas nas Notas Fiscais entregues à Prefeitura, onde estão descritos os produtos vendidos e entregues: MATERIAIS SANEANTES.
Não dá para descrever a quantidade de crimes e delitos praticados pelos envolvidos nessa maracutaia. Aqueles que ATESTARAM AS NOTAS e RECEBIMENTO DOS PRODUTOS; os que receberam e distribuíram as cadeiras de rodas sem nota fiscal; a secretária de Saúde se sabia ou não de tudo isso; a secretária Chefe de Gabinete e a própria prefeita Luciene Gomes.
Vamos aguardar que as autoridades competentes investiguem com rigor e celeridade. Apurem os fatos e, se comprovados os crimes, punam os responsáveis.
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